
Em meio à tranquilidade verde do Parque Zoobotânico Mangal das Garças, no coração de Belém, um voo delicado anuncia uma vitória silenciosa para a conservação ambiental. Depois de dois anos sem registros no borboletário José Márcio Ayres, a borboleta Olho-de-Coruja (Caligo illioneus) voltou a enfeitar o espaço, graças a uma parceria com o Museu Catavento, de São Paulo.
A reintrodução da espécie aconteceu no dia 4 de maio de 2025, mas os preparativos começaram bem antes. Em uma viagem recente a São Paulo, o biólogo Basílio Guerreiro, representante do Mangal, trouxe cuidadosamente 150 larvas, 50 ovos e 25 pupas da Caligo illioneus — doadas pelo museu paulista — em seu próprio colo, para garantir que nada acontecesse durante o transporte. A iniciativa nasceu de um grupo nacional de borboletários, que conecta profissionais da área para troca de experiências e, neste caso, também de espécies.
CONTEÚDOS RELACIONADOS
- Mangal das Garças e UFPA fazem intercâmbio de corujas
- Belém: forte relação com os rios encanta turistas e moradores
Vai ficar em Belém no fim de semana? Vá ao Mangal das Garças
Conhecida pelas manchas que imitam olhos em suas asas — uma estratégia natural contra predadores — a Olho-de-Coruja possui hábitos mais vespertinos e se alimenta de frutas fermentadas. Com presença em diferentes regiões do Brasil, a espécie agora integra novamente a rica biodiversidade do borboletário do Mangal. A primeira geração nascida no local foi mantida sob cuidados especiais, e 12 borboletas já foram liberadas para monitoramento dentro da reserva.
“Nas últimas tentativas de busca da Olho-de-Coruja na Região Metropolitana de Belém, nenhum exemplar foi encontrado. Isso é um sinal preocupante para o equilíbrio da floresta”, comenta Basílio. O trabalho de reintrodução é vital não só para manter a variabilidade genética, mas também para promover a educação ambiental e garantir o futuro da espécie, especialmente em tempos de mudanças climáticas.
Quer mais notícias sobre Pará? e nosso canal no WhatsApp
O borboletário do Mangal, além de abrigar a Olho-de-Coruja, também é casa para outras espécies como a Monarca (Danaus plexippus), a Júlia (Dryas iulia), a Ponto-de-Laranja (Anteos menippe) e a Borboleta-laranjeira (Heraclides anchisiades).
A entrada no Parque é gratuita, mas os espaços monitorados — como o borboletário — exigem ingresso, com valores de R$ 9 (inteira) e R$ 4,50 (meia). O Mangal das Garças funciona de terça a domingo, das 8h às 18h, e é istrado pela Organização Social Pará 2000, em parceria com a Secretaria de Estado de Turismo do Pará.
Serviço – Programação diária do Mangal das Garças:
- 8h30 – Alimentação das iguanas
- 9h – eio mini rapinante (terça a sexta-feira)
- 10h – Soltura das borboletas (consultar na bilheteria)
- 10h15 – Alimentação de tartarugas
- 11h / 15h / 17h30 – Alimentação das garças
- 17h – eio com as corujas (terça a sexta-feira)
O parque fecha às segundas-feiras. Para os amantes da natureza e da conservação, a visita é uma oportunidade de presenciar o renascimento de uma espécie — e de se reconectar com o equilíbrio delicado da vida na floresta.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. e: dol-br.noticiasdopara.net/n/828815.
Comentar